AUTOMAÇÃO DE VÁLVULAS PARA ETA E ETE
A automação de válvulas para captação, tratamento e abastecimento de água e esgoto é fundamental, dado o aumento da demanda populacional. Entenda como funciona.
A automação das válvulas presentes nos sistemas de tratamento de água e esgoto é, a cada dia, mais necessária, seja por conta da economia gerada na operação da estação ou pela melhoria da eficiência e da qualidade dos tratamentos. Talvez ainda mais do que estes dois motivos, este passo também se mostra essencial quando pensamos em oferecer melhores condições de trabalho e maior conforto aos funcionários.
> A utilização das válvulas
> A utilização de atuadores
> Novo marco legal do saneamento básico
A utilização das válvulas
Diversas e muitas são as válvulas existentes nas estações de tratamento de água e de efluentes. Os vários tipos de válvulas podem ser agrupados em dois grupos: o primeiro é composto pelas válvulas com acionamento linear, as dos tipos comporta, guilhotina (para grandes diâmetros) e gaveta, esta última do tipo convencional, usada, normalmente, para água, ou aquelas revestidas, com cunha emborrachada, para os efluentes com sólidos em suspensão e para uso com os produtos químicos. O segundo grupo é aquele que reúne as válvulas com acionamento rotativo, tipo as borboletas, macho e as de esfera.
Ao longo dos anos, eram utilizadas válvulas manuais nas Estações de Tratamento de Água e nas Estações de Tratamento de Esgoto, o que demandava um contingente de mão de obra muito elevado. Hoje, temos à disposição processos mais modernos, automatizados, seguros e com sistemas de redução de perdas.
A utilização de atuadores
Os equipamentos para operação das válvulas (atuadores) são também dos dois tipos, para os dois grupos de válvulas: os lineares e os rotativos. E quanto ao tipo de energia utilizada pelos atuadores, também temos duas modalidades: a eletricidade (para atuadores elétricos) e o ar comprimido (para os atuadores pneumáticos).
Definir a escolha mais adequada dos equipamentos a serem empregados na automação da estação é um trabalho bastante especializado. Os tipos de válvulas e atuadores mais convenientes devem ser escolhidos após a avaliação de condições técnicas da ETA ou ETE, da disponibilidade de investimento, do sistema de produção de ar comprimido, do grau de automação mais conveniente, da estrutura e custo de manutenção e, principalmente, da dimensão da estação e quantidade de válvulas existentes na planta.
As opções técnicas para automação de válvula dependem de muitos detalhes. Um atuador elétrico, que, através de um motor, efetua a operação de uma válvula, seja para acionamento linear ou também para acionamento rotativo, contínuo ou ¼¨de volta, apresenta possibilidades de diferentes formas. As mais usuais são:
- Aberto/Fechado (On/Off) – permite paradas intermediárias com a retirada do comando, não tem precisão na posição de parada;
- Deslocamento Proporcional de 0 a 100% – ocorre parada da válvula, onde o operador definir, com precisão de +/- 2%;
- Controle – o atuador permite posicionamento de forma a executar o controle da variável (nível, vazão ou pressão).
Os atuadores elétricos podem ser do tipo standard, possuindo o motor, os sinais de fim de curso aberto/fechado e os interruptores de segurança, mas o sistema de comando deve ser executado em um painel externo. Pode ser aplicado em locais que só utilizam a válvula para a operação abre/fecha com parada eventual sem precisão.
Os atuadores elétricos também podem ser do tipo integral, possuindo todo o sistema de acionamento e proteção acoplado no atuador. Basta alimentar eletricamente o atuador e ele é capaz de operar a válvula. Pode ter seu painel removido e colocado em área acessível ao operador, sem necessidade de acesso à manobra local. E pode ser operado remotamente com precisão de +/- 2% nas paradas intermediárias.
Os atuadores elétricos também podem ser do tipo inteligente, possuindo, neste caso, uma interface para rede de comunicação e capacidade de modulação de controle. Podem ser operados em malha fechada de controle.
Quando a opção de automação é pela modalidade com ar comprimido, o acionamento da válvula é realizado por um cilindro (atuador pneumático). Para a operação, é necessário um sistema de compressão, armazenagem e tratamento de ar. A operação é mais simples do que com os atuadores elétricos, mas o sistema de produção de ar possui altos custos de implantação e manutenção.
Sua aplicação é, normalmente, executada em ETA e ETE com grande concentração de válvulas com operação abre/fecha, podendo ser de dupla ação ou simples ação (NA ou NF). A operação com paradas intermediárias necessita de tecnologia de precisão (posicionador eletropneumático) ou posicionador com possibilidade de manter o cilindro em posições intermediárias.
Existe, atualmente, uma preferência pela utilização de atuadores elétricos, devido à maior automação, com mais facilidade em grandes unidades, com válvulas distantes operadas através de quadros de comando instalados nas unidades centrais, permitindo maior controle dos processos, com melhores resultados e dispensando a oferta de ar comprimido.
Novo marco legal do saneamento básico
Com os novos planos de crescimento do setor de saneamento no Brasil, aprovado em novo marco regulatório, o projeto tem como meta atender 99% de fornecimento de água potável e 90% para coleta e tratamento de esgoto, abrangendo o território nacional até o dia 31 de dezembro de 2033, com previsão de investimento ao redor de R$ 700 bilhões.
De acordo com o projeto, empresas públicas não poderão mais ser contratadas diretamente para executar os serviços de saneamento. Os estados e municípios terão que abrir concorrência a empresas privadas, que, através de licitações, se comprometam através da concessão e invistam o necessário a cada região contemplada, para atingirem as metas de cobertura.