SISTEMA DE REDUÇÃO DE FALHAS HUMANAS NA INDÚSTRIA
O ser humano é falível e isso é algo que pode ser minimizado. Falhas ocorrem devido à falta de atenção, cansaço, baixa qualificação e outros.
Através do avanço das ciências e tecnologias, a indústria alcançou um alto patamar de produção e qualidade do produto final. A automação de processos é uma aliada na redução de erros humanos dentro da indústria de um modo geral, garantindo não apenas mais segurança para os trabalhadores envolvidos, como também uma produção mais eficiente e colaborando com a padronização da qualidade — tudo isso a um custo menor.
> A indústria
> Automação
> Falhas humanas
> Exemplo de redução de risco: automação de válvulas
> Informação e eficiência
> Conclusão
A Indústria
A indústria é uma atividade econômica originada na primeira revolução industrial, entre o final do século XVIII e o início do século XIX, na Inglaterra, com o objetivo de organizar os fatores de produção de forma mais eficiente, utilizando o planejamento, a integração de recursos em um mesmo espaço e a divisão do trabalho. Graças à indústria, a humanidade alcançou um acesso a bens e serviços nunca antes atingido, cujos resultados mais do que se mantêm: crescem em ritmo cada vez mais acelerado.
Entre os recursos utilizados pela indústria está a automação, cuja importância para o aumento da produtividade industrial é tão grande que se pode afirmar que, sem a indústria, não existiria a automação e, sem a automação, não seria possível produzir o mesmo que atualmente. Ao substituir o trabalho humano em processos nos quais ele é desnecessário, a automação conferiu mais confiabilidade à produção industrial, reduzindo os custos associados aos erros que são evitados.
Automação
A automação está interligada ao controle automático de processos, permitindo a execução de atividades independentemente da intervenção humana, embora, em última instância, o ser humano sempre esteja no controle do que é feito, variando de uma intervenção direta na produção até a execução de atividades mais nobres, como a do planejamento, por exemplo.
A automação tem como objetivo o fim do trabalho manual, liberando as pessoas para atividades intelectuais. Atualmente, a automação, ou automatização, pode ser definida como a realização de atividades ou tarefas através da ação de máquinas, sem a interferência humana direta nos processos produtivos. Como a atenção do ser humano é limitada, utilizar recursos tecnológicos para contar, medir, selecionar ou separar elimina erros nestas atividades, conferindo mais confiabilidade à produção.
Falhas humanas
O ser humano é falível, sendo que isso é algo que pode ser minimizado, mas não eliminado. Essas falhas podem acontecer por falta de atenção, cansaço, baixa qualificação profissional ou insatisfação pessoal. Quanto maior for a intervenção humana em uma atividade, maiores serão as possibilidades de que algo errado aconteça. Enquanto os artigos técnicos ainda estiverem sendo escritos por pessoas, não poderá ser dito que se trata de um preconceito do autor desse texto, mas sim de uma simples constatação de nossas limitações.
Apesar do que pode indicar o senso comum, a riqueza produzida pela humanidade, que muito se deve à automação, aumentou a expectativa de vida e possibilitou o acesso de populações inteiras a bens e serviços aos quais elas nunca imaginaram ter. Esta conquista foi possível porque pessoas erram e erros geram custos que, se eliminados, resultariam em uma maior eficácia em setores como o saneamento e a mineração, por exemplo, além do aumento na produtividade da economia em geral e do setor industrial em particular. A automação incorporada à indústria derrotou o malthusianismo, mas ainda enfrenta um ludismo disfarçado.
Exemplo de redução de riscos: automação de válvulas
Operar uma válvula é uma atividade relativamente simples, seja limitando a vazão ou interrompendo totalmente o fluxo de gases ou líquidos. Diariamente, milhões de válvulas são operadas manualmente, mas quando se observa atentamente esta tarefa, verifica-se que muitos erros e acidentes acontecem por diferentes razões, seja no deslocamento até a válvula, na imprecisão do torque aplicado, na utilização de ferramentas inadequadas ou no momento em que ela é acionada. A incorreta ação humana, ocorrendo uma única vez em milhares de acionamentos, poderá ter consequências desastrosas.
Uma válvula automatizada também pode falhar. Mas, caso ela seja projetada, instalada e mantida de forma correta, esta possibilidade poderá ser reduzida a níveis muito próximos de zero. Além da precisão na sua operação, através da telemetria é possível obter informações em tempo real, à distância, não só do seu estado, como de todo o processo onde ela está inserida.
Mas como a automação deve ser avaliada técnica e economicamente, automatizar uma única válvula pode não representar um custo de oportunidade interessante. No entanto, a automação de todo o processo, incluindo inúmeras válvulas, poderá ser um ótimo investimento, graças ao ganho de escala e ao agregado dos aumentos de produtividade.
Informação e eficiência
Toda atividade industrial depende de dados precisos para que seja bem sucedida. Gestão de insumos, controle de estoques ou consumo de energia são algumas informações que podem ser obtidas de forma segura em tempo real. Com a automação e a telemetria é possível supervisionar os processos com mais precisão e velocidade, evitando que erros sejam mantidos, assim como todos os problemas que eles causam.
Através dos ganhos da automação, uma indústria pode liberar recursos para áreas que exigem mais criatividade e planejamento, como marketing e recursos humanos. Se erros acontecem, eliminá-los também em atividades de coleta de informações aumentará a produtividade de todo o processo produtivo.
Conclusão
Segundo a norma ISO 31000, o risco é definido como sendo o efeito da incerteza nos objetivos. Em qualquer atividade econômica, a incerteza é inimiga de resultados positivos. A automação, ao reduzir os riscos humanos na indústria, aumenta a confiabilidade, reduz acidentes, economiza energia e melhora a comunicação em todas as etapas do processo, gerando riqueza para empresas, seus clientes e fornecedores.
Artigo por Sergio Roberto Santos