COMO FUNCIONA UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Entenda como funciona uma ETE e quais são as etapas envolvidas na preparação da água residual para liberação nos rios.
A principal função da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário é reduzir a poluição do esgoto bruto a níveis aceitáveis, conforme normas regulamentares, antes de enviá-lo aos corpos hídricos, como rios ou mares. Para isso, ele precisa passar por diversas etapas que vão separar a água de seus poluentes sólidos, como matéria orgânica, nutrientes ou microrganismos patogênicos. Entenda como funciona todo o processo e como um efluente doméstico se diferencia dos outros.
> Entendendo os efluentes
> Etapas no tratamento dos efluentes
> Marco legal do saneamento básico no Brasil
Entendendo os efluentes
Muito se fala da falta de cuidado que a população e as indústrias têm com os nossos recursos hídricos, não tratando com a devida importância esse bem finito, denominado água.
A água está presente em praticamente todas as rotinas da produção industrial, já que é utilizada desde a lavagem de pisos e máquinas, passando pelo resfriamento ou geração de vapor, e propriamente na criação dos produtos. Por isso tudo, as indústrias são responsáveis por aproximadamente 22% do consumo de água no mundo.
Depois de utilizadas nos processos indicados acima, as águas se tornam o que conhecemos como efluente industrial, que é um resíduo líquido contaminado com vários agentes prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Existe o esgoto sanitário ou doméstico, que é bastante diferente do efluente industrial. Enquanto o primeiro é composto por 99,9% de água e 0,1% de sólidos, com matéria orgânica, nutrientes ou microrganismos patogênicos, o efluente industrial pode conter óleos, metais pesados e outras substâncias consideradas tóxicas e altamente contaminantes.
Tanto os efluentes sanitários como os industriais, antes de serem descartados no meio ambiente, devem passar por um tratamento em estações de tratamento de efluentes, conhecidas como ETE.
Existe uma legislação ambiental que regulamenta o descarte e o controle destes efluentes.
Nas indústrias, geralmente as ETEs são localizadas dentro do próprio site ou os efluentes são encaminhados para estações de tratamento terceirizadas, através de empresas especializadas contratadas.
No caso do efluente sanitário, temos as ETEs administradas por autarquias, órgãos públicos municipais e estaduais e, atualmente, vemos a participação de empresas privadas, que, com eficiência e investimentos, têm conseguido resultados excelentes com custos menores, acarretando um maior e melhor abrangência de serviços.
Nas indústrias, geralmente as ETEs são localizadas dentro do próprio site ou os efluentes são encaminhados para estações de tratamento terceirizadas, através de empresas especializadas contratadas.
Etapas no tratamento dos efluentes
A principal função da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário é reduzir a poluição do esgoto bruto a níveis aceitáveis, conforme normas regulamentares, antes de enviá-lo aos corpos hídricos, como rios ou mares.
Numa estação, os tratamentos dos efluentes podem ser classificados em primário, secundário e terciário. No primário, ocorre um processo físico-químico, separando os sólidos do efluente. Na sequência, com o uso de elementos químicos, o tratamento secundário remove a matéria orgânica com reações bioquímicas. Em seguida, ocorre o tratamento terciário, no qual são utilizados métodos físico-químicos ou biológicos para a retirada dos poluentes, compostos tóxicos e microrganismos que não foram retirados anteriormente.
Os efluentes são recolhidos nas redes coletoras das residências, estabelecimentos e indústrias. Estes dejetos são enviados à estação de tratamento e, com o fluxo através da ação da gravidade, entram nas caixas de entrada e estação elevatória.
Esta filtragem se dá no início do tratamento, quando os materiais sólidos de grande porte são eliminados pelo gradeamento existente nas estações elevatórias. Através de bombeamento, os efluentes seguem para o tanque de aeração e, com introdução de oxigênio, ocorre o desenvolvimento de microrganismos que assimilam e processam grande parte da matéria presente no esgoto.
Posteriormente, o lodo que se forma é transferido ao decantador, que, com seu formato cônico, intensifica o efeito da gravidade, fazendo com que o lodo se adense para ser enviado ao tanque apropriado.
Após o processo de aeração e decantação, o líquido processado está livre das substâncias nocivas ao meio ambiente e pode ser despejado nos corpos hídricos. O lodo tóxico excedente é enviado para o adensador de lodo, onde ocorre a redução de seu volume e, então, é enviado para tratamento.
Durante este tratamento, temos uma série de parâmetros químicos, físicos e biológicos que necessitam de um monitoramento constante e um controle eficaz. Portanto, para melhor funcionamento e eficiência do sistema de tratamento, a automação está presente em todos os setores do processo, no controle de níveis, dos poluentes, sensores, motores, válvulas, Controladores Lógicos Programáveis (CLP) e relés, além dos sistemas supervisórios que gerenciam todos os processos.
Marco legal do saneamento Básico
Com os novos planos de crescimento do setor de saneamento no Brasil, aprovado em novo marco legal do saneamento básico, o projeto aprovado tem como meta atender 99% de fornecimento de água potável e 90% para coleta e tratamento de esgoto, abrangendo o território nacional até o dia 31 de dezembro de 2033, com previsão de investimento ao redor de R$ 700 bilhões.
Os estados e municípios poderão abrir concorrência a empresas privadas ou estatais e através de licitações, cujo objetivo é definido pelos municípios para atingir as metas de cobertura estabelecidas no edital da licitação.