A AUTOMAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
Os sistemas de automação servem para controlar, medir e melhorar processos e atividades com maior velocidade e eficiência.
Os sistemas de automação e soluções automatizadas, em geral, estão cada vez mais presentes em diversos setores da sociedade (não somente em plantas industriais) e são fundamentais para que possamos controlar, medir e melhorar processos e atividades com maior velocidade e eficiência. A automação de um sistema de saneamento não é diferente disso, pois, da mesma forma, busca, de modo geral, os mesmos objetivos.
> Os sistemas de automação
> Escolhendo o sistema de automação
> Escolhendo a tecnologia a ser empregada no sistema
Os sistemas de automação
As automações dos sistemas de saneamento são muito importantes para a sociedade como um todo, pois tratam de cuidar dos recursos hídricos do planeta, que estão cada vez mais escassos e, por isso, mais valiosos. A emissão de poluentes nos rios e oceanos e o transporte de água doce para consumo devem ser tratados com muito critério e, por isso, o processo de automatização destes sistemas de abastecimento e tratamento de água merecem o mesmo cuidado que se tem com a automação das plantas industriais ou até mais.
Escolhendo o sistema de automação
Para que um sistema de automação de saneamento tenha sucesso e, consequentemente, os retornos esperados, tudo deve começar com a escolha e definição da forma correta dos instrumentos de medição e controle e suas aplicações. Aqui, pode ser entendido como sistema de saneamento todo e qualquer sistema que sirva para tratamento de águas de consumo (entrada) e efluentes (saídas) que possuem características muitas vezes bem específicas, mas com os mesmos propósitos de preparar a água para a próxima etapa do processo (consumo ou descarte seguro).
Esta escolha deve passar, necessariamente, por algumas etapas que envolvem conhecimentos técnicos mais aprofundados em engenharia, física e química. Os profissionais que vão escolher os equipamentos devem observar com cuidado as características técnicas dos instrumentos, levando em consideração as normas técnicas e de qualidade vigentes e a estrutura de atendimento dos fabricantes.
Os instrumentos devem não somente atender às normas nacionais e internacionais, mas devem possuir em seu datasheet as tolerâncias de erro aceitáveis de suas medições. Um outro ponto importante são os materiais e tecnologias usados em seu processo construtivo para que se possa garantir a repetibilidade de leitura e/ou controle, a durabilidade, a facilidade de programação, a parametrização e a facilidade substituição das peças em caso de falha.
Escolhendo a tecnologia a ser empregada no sistema
Após a escolha dos instrumentos, deve-se escolher a tecnologia que se vai utilizar para realizar o controle, ou seja, qual o modelo de CLP (controlador lógico programável) para a realização da programação do funcionamento do sistema, do carregamento de receitas, do armazenamento de variáveis, da rastreabilidade, da conectividade etc.
Na escolha do CLP, além de ser fundamentada nas necessidades do projeto e do sistema, não se deve esquecer de avaliar o tempo de vida futuro do produto e do sistema como um todo, pois o que se espera de um sistema de automação é que ele tem uma sobrevida alta de, no mínimo, dez anos. Esta sobrevida mínima requerida deve ser um compromisso do fabricante e pode ser exigida por escrito, pois, atualmente, é muito comum os fabricantes colocarem seus equipamentos em obsolescência para trazer novos produtos com menores custos de fabricação e propostas inovadoras.
Por fim, mas não menos importante, deve-se ter uma equipe de implementação do projeto bem capacitada, alinhada aos objetivos do processo e comprometida em atender não somente o objetivo final, mas também em garantir a qualidade e confiabilidade do sistema. É muito comum que a fase do planejamento do projeto, contratação ou execução sejam prejudicados por conta de situações adversas, como a urgência de contratação do projeto, o budget limitado ou até mesmo a falta de clareza no escopo. Sabendo-se disso, é necessário ter em mente que o stakeholder do projeto inicie e coordene com muito cuidado todas as fases do projeto, inclusive com a possibilidade de suspendê-lo, se algo não estiver caminhando da forma correta.
Artigo por Renato Tadeu Sperlongo